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Pós Em comunicação e Cultura de Moda

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Moda é comunicação

terça-feira, 16 de abril de 2013

Ventura nas passarelas





Por Flávia Silva

    O São Paulo Fashion Week verão 2014 contou com uma pitada de glamour da coleção de Lino Villaventura, que não só valorizou a peça em si,mas o conceiot por trás das composições. Dando asas à imaginação, o desfile de Villaventura apresentou figuras estilizadas que remetiam a épocas e momentos diferentes. O designer optou por colocar máscaras em seus modelos, nos homens ele acrescentou um bracelete,algo que trouxe a seu desfile um aspecto medieval a princípio. Mas se observamos com mais atenção é possível associar a máscara e a música escolhida pelo estilista à prisão, como se todos estivessem aprisionados por trás daquela máscara, sem escapatória, suas bocas tapadas, sem a possibilidade de comunicação verbal, ela acontece somente através dos olhos.
    Também abusou bastante de bordados e aplicações, Lino juntou ao metálico dos bordados os brilhos naturais da seda e do cetim, acrescentando a suas criações um aspecto futurístico. Isso também foi possível ver pela maquiagem, na qual o maquiador optou por salientar o centro do rosto com um iluminador, criando um efeito mágico de luz e sombra.
     O mais interessante em sua coleção foi o universo criado pelo estilista, no qual ele ligou o medieval ao universo japonês através de seus vestidos em estilo quimono. Além do mais, a maquiagem e a pintura dos dedos acarretaram uma aparência macabra, como se esse universo fosse marcado por criaturas sinistras, que através de suas máscaras e cabelos negros e compridos todos fossem vistos como os mesmos, talvez o estilista estivesse prevendo um futuro para nós.
    Lino conseguiu unir todos os meios utilizados no desfile,a música escolhida, por exemplo, foi muito prudente em relação a suas composições, o ritmo com notas curtas e sobreposições remete a texturização. No início, ela surge como algo encantado, seu universo está surgindo, quando a segunda figura entra em cena, o ritmo muda e instiga no pensamento a era medieval, com lutas e armadilhas. Dessa forma, ao longo do desfile, o som varia de acordo com o sentimento que o artista quer provocar no expectador.
    Dito pelo estilista, "A coleção viaja na imaginação, sem esforço, apenas seguindo a vontade e buscando no acervo de imagens guardado durante uma vida, dentro do pensamento do estilista". Sua obra nada mais é do que sua própria essência, ele segue sua intuição, é formado por histórias e as conta da forma que lhe convém, sua liberdade na criação é algo que nos causa inveja.


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