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Pós Em comunicação e Cultura de Moda

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terça-feira, 16 de abril de 2013

Gareth Pugh e a força da mulher

Por Flávia Silva

Inspirado em uma tribo localizada na Ucrânia, Asgarda, Gareth Pugh trouxe para o desfile de inverno 2013/14, da Semana de moda londrina, a independência da mulher. Naquele país, elas são vitimas de tráfico de pessoas, portanto criaram essa tribo em busca da autonomia completa de homens.
Em Gareth Pugh, o poder da mulher fica claro, mas no momento em que ele acrescenta o gótico, ela adquire um aspecto fúnebre e os conceitos se encaixam perfeitamente.  As mulheres, com intuito de se protegerem, aprendem técnicas de luta e se armam. Há uma beleza por traz dessa tribo, mas também algo que desperta a tristeza, pelo fato de elas terem escolhido se “retirar” da sociedade em busca de proteção. Então, o designer ressalta não só a força da mulher, mas ao mesmo tempo transparece a sua feminilidade e necessidade de independência. Ele a vê como forte mas, também, frágil.
Pugh, assim como em seu ultimo desfile, traz nesta nova coleção uma suavidade romântica através de suas composições que exalam sentimento. Com formas leves e gráficas sua composição é divina, nas palavras do designer Rick Owens, Gareth Pugh é tecnicamente muito bom. As peças da coleção são bastante gráficas, brincam com distorções. Pouco ressalta as curvas naturais do corpo, o que eleva a personalidade da mulher e não denigre seu corpo. Ao olhar mais além, é possível associar suas peças a roupas religiosas.
A maquiagem e os cabelos das modelos aparentam ser de pessoas que estão cansadas e desgastadas, que lutam por sua emancipação e a música, aos olhos do artista compositor, é vista como a voz de uma mulher representada pelo som do violino, como se elas estivessem consumidas e querendo ser ouvidas. O estilista consegue trazer para a coleção aspectos teatrais, introduz ao universo do desfile a arte, cria uma outra realidade através dos meios que utiliza, a roupa, a maquiagem, o cabelo e a música.
No final do desfile, fica clara a posição do artista quanto a mulher representada, isso acontece quando Gareth escolhe colocar um pequeno pedaço de letra da música de Dolly Parton: “Todas as donzelas, guardai meu aviso, nunca confie nos corações dos homens, pois eles irão esmagá-los como um pardal, deixando você sem reparo. Eles vão prometer sempre te amar. Jurem nenhum amor vocês vão fazer. Pequeno pardal, pequena coisa frágil. Agora, se eu fosse um pequeno pardal por estas montanhas eu voaria, e eu o encontraria,  olhar em seu olhos mentirosos”.


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