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Pós Em comunicação e Cultura de Moda

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segunda-feira, 15 de abril de 2013

A costura do invisível – Jum Nakao




A desconstrução da moda

Por Isadora Greiner e Thais Martinez

Em 17 de junho de 2004, o estilista Jum Nakao apresentou para uma plateia de 1.200 pessoas, um desfile repleto de efemeridade. Durante a semana de moda da São Paulo Fashion Week, o polêmico desfile representou a fragilidade do sistema da moda, desde o início do processo de criação, comercialização e até a critica ao consumo desenfreado. A coleção inspirada no século XIX foi totalmente produzida em papel vegetal, com detalhes recortados a laser e estampas com desenhos brocados. A sua produção levou mais de 700 horas de trabalho e envolveu cerca de 150 profissionais.
O conceito da coleção partiu do princípio de transformar o nada em algo visível, o que resultou o nome Costura do Invisível.  Este trabalho já percorreu museus, como o The New Dowse, na Nova Zelândia; o Museu de Arte Contemporânea do Japão; foi exposto na Fortaleza del Basso, em Florença; no MoMu, da Bélgica; no Atopos, da Grécia. Também foi reconhecido como desfile da década pelo SPFW e visto como um dos desfiles do século, segundo o Museu da Moda de Paris.
O intuito do estilista era criar uma coleção inesquecível que marcasse a memória das pessoas. Foi pensando nisso que Nakao lançou um livro e um DVD com o nome da coleção, que contou detalhadamente todas as etapas da criação. As páginas trazem ricas imagens e olhares de diferentes artistas sobre o trabalho. É contada também a trajetória da produção com depoimentos do estilista desde as primeiras reuniões, a rotina dos ateliês, o desfile e até a reação da plateia.
As modelos, uniformizadas com cabeças de boneco Playmobil e segunda pele preta, criavam um contraste com as roupas de papel brancas. A ideia apresentada enfatiza o conformismo da absorção das tendências de moda e o corpo como objeto de mero suporte. As peças foram rasgadas ao término do desfile provocando no público reações diversas do inconformismo ao êxtase.





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